terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


(Gonçalver Dias, 1843)

2 comentários:

Eliana disse...

É lindo!!! Ele é recitado na voz de Matheus Nachtergaele lá no Museu da Língua Portuguesa em SP...Lindo, me arrancou lágrimas quando o ouvi. Sem contar que fizeram "paródias" caracterizando de acordo com as características da cidade e tem outros sotaques...muito legal. Bjs

adnivea disse...

haha, ja recitei muito em silencio esse poema, mas ultimamente apesar da saudade matando mais q nunca sou mais realista, menos romantica...conhece uma pagina do facebook "o rio de janeiro continua lindo", minha irma compartilha cd imagem deles...nem poesia de Goncalves Dias salva o romance haha.

Que idioma você fala com seu(s) filho(s)?