domingo, 27 de dezembro de 2009

Para ficar na lembrança...

Nossa, eu sempre postando coisas atrasadas! Mas é pura falta de tempo mesmo. Eu queria deixar aqui, para lembrança futura, um breve relato das atividades nas férias no Brasil. Já falei de Porto Alegre, um pouco do Rio, mas nada de Florianópolis, fato esse injustíssimo, uma vez que adoramos a Ilha. Victor chegou a gritar, animadíssimo, numa trilha pelo costão de uma praia, que iria sonhar com esse lugar lindo e que gostaria de morar lá! Quem sabe? :)




quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

E a saga do Lobo mau continua...

Nessa terça eu fui buscar Danielzinho na creche e uma das moças veio logo me contar, antes que eu reclamasse no nariz machucado, que ele havia caído por cima de outra criança quando estavam pulando sobre algumas almofadas. Ela falou que sangrou um pouquinho mas que tinha passado logo. Daí eu resolvi conferir a história com meu pequeno, certo?

- Oh, meu amor, o que houve com o teu narizinho?
- O lobo tava "dento"do quarto. Aí ele saiu e correu atrás de mim! Eu "correu", mas ele comeu meu narizinho e saiu sangue! Eu chorei!






E aí? Em qual das versões eu devo acreditar?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A relação entre a neve e o aniversário


Já faz tempo que Victor está fazendo planos para seu aniversário de 5 anos em janeiro, afinal ter 5 anos é algo muito especial. Uma das coisas mais importantes para o dia 15 de janeiro é a neve. Ele faz questão absoluta de ter um aniversário branquinho. E ai de quem disser que talvez não tenha neve! Ele é insistente e pergunta, incansavelmente, pela neve em janeiro. O pai, incansavelmente, responde que talvez não tenha neve, que não é todo ano que neva e por aí vai. Mas ele, que de incansável nunca teve nada, um belo dia resolveu prometer que iria fazer o possível pra nevar nessa data tão memorável. E daí Victor já achou isso era coisa decidida e ponto final. Neve no aniversário de 5 anos!
Agora estamos há alguns dias com neve e está tudo branquinho, bem do modo que Victor esperava que estivesse daqui há um mês, mais ou menos. E eis que ele acorda, vê a neve e pergunta:

- Mamãe, eu agora já tenho 5 anos?
- Não, teu aniversário é só em janeiro, esqueceu?
- Mas e essa neve que o papai prometeu? Ela tá aí, ó! Eu tenho 5 anos sim!!!


E agora???

domingo, 6 de dezembro de 2009

O dia que viram o Lobo mau

O dia de conhecer o famoso e temido Lobo mau foi o ponto alto das férias :)




sábado, 5 de dezembro de 2009

SinterKlaas




Hoje é dia de SinterKlaas, um tipo de Papai Noel holandês. Eu não acho lá muito saudável uma criança acreditar em seres imaginários, mas fazer o que? Eu não incentivo e nem confirmo as estórias; sei que vão me perguntar sobre essa e outras coisas quando mais velhos e daí vai ser chegada a "hora da verdade". Espero que eles percebam que a vida real é muito mais bela do que a imaginária e espero poder dar as ferramentas necessárias para que isso se concretize.

Victor escuta na escola sobre o "bom velhinho" que vem da Espanha para trazer presentes para as crianças boazinhas e traz junto o seu ajudante, o "Zwarte Piet", que coloca as crianças desobedientes dentro de um saco e as leva embora. Eu, particularmente, acho essa e outras fantasias infantis muito violentas ou cruéis. Será que só eu que penso assim? Será esse um preparo para as religiões?



Mas enfim...vamos ao que interessa!



Eu estava vindo com o saco de presentes (sim, presentes eu acho legal!) e eis que vem Victor:

- Oh! Meus presentes que SinterKlaas mandou! Ôba! Olha, Daniel!
- Êêê, "pesente"!!!!
- Um carrinho! Uma lanterninha! Massinha! Uma balinha, que gosto....ô! essa balinha é do Brasil! Como que o SinterKlaas foi lá no Brasil buscar, heim, heim?!

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Pois é, parece que nem vou ter que esperar muito para que a estória seja desmascarada :)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Como se chega no Brasil?

Eu cheguei ao Rio com os meninos duas semanas antes do papai e Victor estava muito preocupado sobre a viagem dele, achava que ele poderia se perder porque o caminho era difícil. Daí ele resolveu explicar como ele deveria fazer:

(Diálogo em holandês, pelo telefone. Claro que só vou colocar a parte do Victor, já que não pude escutar o outro lado. As palavras entre aspas ele falou em português)




- Papai, você tem que ir de trem e dormir no hotel. É no hotel! Vai de ônibus. Aí você acorda e tem que tomar café-da-manhã. Tem que comer bastante pra não ficar com fome. O ônibus vai lá te buscar e te leva pro avião. É só andar e procurar...tem que andar muuuuito! Aí você vai chegar na "Inglaterra". Não!!! Você pega outro avião. O grande. Mas aí você procura e vai pro "B". É, "B" de "Brasil". Fica no avião e tem que colocar o cinto. Sim, tem comida lá no avião. Não, é ruim. Mas tem que comer porque não tem outra. Aí você vai passar na África. Não, não! O leão tá lá em baixo, o avião não desce, só passa voando lá em cima. Não precisa ficar com medo, o leão tá longe! Você pode ver "DVD" do Ice Age three e depois dormir. Aí você chega no Brasil! Não, não....tem que pegar o carro e aí chega na casa da "tia". "TENDEU"? Tchau e beijo. Agora vai que o avião não espera, tem que correr!!!

- E aí, Victor, explicou pro papai? Ele vai se perder?
- Expliquei. Agora ele já sabe vir pra casa "do" tia pra gente ir "no" praia!



Esse menino tem ou não tem talento pra ser "tom-tom"? :)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Porto Alegre





Passamos um final de semana em Porto Alegre e uma semana em Florianópolis. Na capital Gaúcha fomos recebidos e abrigados pela Lena, Edimar e a linda Mayara. Os meninos se divertiram até se acabar e Daniel vivia chmando a "Mailala". O churrasco feito na casa de nossos anfitriões foi o mais gostoso que já comemos até hoje!

Obrigada por nos aturarem! Estamos esperando vocês em Groningen :)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Bia Bedran e o Lobo Mau

Logo na primeira semana no Rio, nós fomos assistir a divulgação do novo DVD da Bia Bedran. Esse DVD foi feito durante uma peça de teatro que nós também assistimos em nossa última visita à Cidade Maravilhosa. Foi tudo ótimo, mas o problema é que agora os meninos, especialmente Victor, andam preocupados com o Lobo mau.
Sentamos na primeira fila e, na hora da historinha da Chapeuzinho Vermelho, Victor deu um showzinho à parte. Levou o maior papo com Bia Bedran:

(...)
- E aí veio o lobo e...tchum! Comeu a vovó!
- Comeu a vovó???? E ela ficou dentro da barriguinha do lobo???
- Ficou sim.
- Mas ela morreu???
- Não, ela não morreu. Ela ficou pouco tempo lá dentro porque a Chapeuzinho foi lá chamar os caçadores e...
- Mas o lobo come vovós???
- Come sim!
(...)
Depois disso está sendo um problema porque ele pergunta o tempo todo onde está o lobo, se em toda floresta tem lobo, se na Holanda tem lobo, se lobo come vovós e crianças e por aí vai. Daniel, que está mais parecendo um eco do irmão ultimamente, resolveu também incorporar o medo do Lobo mau. Eles nem quiseram ir ao zoológico! Victor também disse que quando voltar pra Holanda e estiver frio não vai poder usar o gorro vermelho ou o Lobo vai achar que ele é a Chapeuzinho. Pode isso?!

O mais bonitinho disso tudo é que aprenderam muitas coisas sobre o Lobo mau, inclusive a cantar a musiquinha. Olhem só a performance do Danielzinho:


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Desculpa" tem prazo de validade?

    Aqui o ciúme e os tapas correm solto. Quando um bate no irmão, tem que pedir desculpas. Mas Daniel ainda não entendeu o espírito da coisa.

- Daniel, mamãe já falou que não pode bater no irmão! Peça desculpas!
- Não vou falar "discúpa"não!
- Fala sim. O irmão tá triste com você. Mamãe já falou que não pode bater; tem que pedir desculpas.
- "Discúpa", Victor.

E após 2 minutos:

- Mamãe! Daniel me bateu de novo!!!
- Ah, Daniel, que feio! Mamãe não disse que não pode bater?
- Mas eu "zá" falei "discúpa", mamãe!!!


    Será que ele está achando que "desculpa"é uma palavra-senha que dá permissão pra bater no irmão? :)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quase fomos descobertos!

    Bem, aqui no Rio está tudo ótimo. Estou curtindo até engarrafamento na Linha Vermelha porque daí posso comprar biscoito Globo, mas o post de hoje não é sobre isso. O assunto é mais sério! Estou observando como os meninos interagem com os "nativos". Eu fico curiosa de saber se as pessoas conseguem notar que eles não foram nascidos e criados aqui. E opinião de amigo não vale nesse caso, né? A pessoa sabendo que eles são criados na Holanda, podem justificar os erros de português e de pronúncia deles como sendo consequência disso. Uma pessoa "desavisada" já não vai ter essa idéia pré-formada.
    A coisa estava indo bem; Victor até deu um showzinho na apresentação da Bia Bedran e NINGUÉM levantou a hipótese dele não ser brasileirinho típico. Nos parquinhos, nos restaurantes e até na natação não fomos indagados, nem uma única vez, sobre o assunto "fala". Até que na sexta passada nós quase fomos descobertos! Ainda bem que foi "quase".
    Uma das atividades preferidas têm sido os parquinhos dos shoppings (ar condicionado pra esses dias de calor!). Eles ficam lá brincando com as "tias" e eu tenho meus minutinhos de descanso. Dessa vez, Daniel ficou sem chorar após 10 minutos e na hora que fui buscar os dois...

- Vocês não são daqui, né?
- Não...
- Ah, logo notei! Victor acabou de me perguntar se eu podia dar uma "balinha ou pirulito" (imitando sotaque baiano). Vocês são da Bahia?
- He-he-he (risada sem graça e querendo uma saída estratégica pela direita, já que provavelmente vamos voltar lá). Eles devem estar com fome, temos que ir.


Ufa!!! Essa foi por pouco!!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Problemão das férias

    Chegamos ao Rio faz uma semana. Estou com problemas pra entrar na internet, mas assim que as coisas melhorarem, vou tentar escrever mais algumas das várias pérolas dessas férias :)
    Bem, papai ficou na Holanda e só chega daqui há uma semana. Victor já estava com saudades no trem, cinco minutos após iniciada a jornada com destino à cidade maravilhosa. E ontem ele reveleou-me seu grande problema:

- Por que você está tristinho, meu amor? Qual é o problema?
- É que eu quero falar pro papai que estou com saudades. Quero contar pra ele que estou com saudades desde o trem!
- Então você pode falar isso pra ele mais tarde pelo telefone, ué!
- Mas o problema é que eu não "sabe" falar saudade em " landêis". E nem em inglês!



Bem, isso realmente é problemão. Ou não é? :)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Eu mereço!

       Essa já é antiga, mas só agora eu resolvi escrever aqui. Lembrei depois de ter contado pra uma amiga ontem (já faz tempo que minha memória não passa de mera "vaga lembrança").

Bem, fomos ao MacDonalds e daí...

- Olha, Victor! Os bichinhos do "Ice age 3"!!!! Qual você quer?
- Ai, mamãe, eu já "falou" pra você! É Ice age THREE. "Tree" é aquilo ali que tá lá fora: uma ÁRVORE!
- Então? Foi o que eu falei: Ice age 3!
- TH-ree!! Fala mamãe: Thhhhh...th-ree. THREE.


E o papai se contorcendo de rir, o traidor! É a vingança dele, pois até o momento era o único a ser corrigido na pronúncia (do português).

domingo, 18 de outubro de 2009

Raising a bilingual child - III

E já era hora de outro resuminho, certo? Vamos voltar a discutir "Raising a Bilingual Child", conforme o combinado :)
Como enfatizado anteriormente, todas as crianças vêm equipadas de fábrica com áreas cerebrais capazes de desenvolver a linguagem. Essas regiões cerebrais, no entanto, necessitam de estímulos ambientais para que possam cumprir seu papel e proporcionar o florescimento da fala.
O bilinguismo é uma área relativamente pouco estudada até o momento e todas as recomendações para favorecimento de ambiente que propicie o bilinguismo são baseadas em observações de grupos bilíngues e em algum poucos experimentos científicos. Mas a boa notícia é que esses estudos vêm crescendo e ganhando forma. O fato-chave é que em qualquer cultura todas as crianças saudáveis aprendem a língua majoritária, mesmo que seus pais não sejam falantes desse idioma. Outro fato é que as famílias têm que fazer um esforço "extra" para que um idioma minoritário também se estabeleça. E outro fato é que, infelizmente, nem todas as crianças que crescem em ambientes bilígues se tornam bilíngues de fato. A boa notícia é que isso só pode ser explicado por fatores ambientais e o ambiente pode ser manipulado de modo a fazer a balança pender para o outro lado.
Em primeiro lugar, os pais devem ter uma atitude positiva e uma "crença de impacto", ou seja, devem ter a certeza de que seus papéis na quantidade e na qualidade da linguagem apresentada à criança é crucial no processo. Normalmente essas duas coisas importantes andam juntas, mas elas podem se separar ao longo da vida. Uma família que é convencida por professores de que o desenvolvimento escolar dos filhos está sendo prejudicado pelo bilinguismo, pode passar a ter uma atitude negativa sobre o assunto, por exemplo. A atitude positiva dos outros familiares, amigos e comunidade de modo geral, assumirá um papel importante mais tarde também.

Outro fator essencial é  a promoção da motivação e da oportunidade para a língua minoritária se desenvolver. Os pais devem dar aos filhos razões para que eles queiram usar o idioma e oportunidades suficientes de exposição a esse idioma, de modo que eles sejam capazes de aprendê-lo. Usemos a lógica e a imaginação para que isso aconteça. A motivação pode vir do desejo de falar com a mãe (ou pai), caso esse só se comunique no tal idioma; pode ser o desejo de participar de brincadeiras e de cantar musiquinhas no idioma minoritário; pode ser a vontade de poder falar com os primos, avós e tios quando forem visitar o país de origem de um dos pais; pode ser porque o "novo irmãozinho"só entende aquele idioma; pode ser para poder ver algum desenho animado típico do país de língua minoritária que só fale aquela língua etc etc etc. Obviamente um provedor do idioma minoritário que está sempre de mau-humor, cansado ou irritado não vai ser uma boa motivação...logo, fiquemos zen! :)

E como podemos otimizar o ambiente de modo a aumentar as chances para que nossos filhos sejam capazes de aprender e desenvolver efetivamente o bilinguismo?

1. Exposição, exposição e exposição. Sem sombra de dúvidas, esse é o fator mais importante. Estudos indicam que, para aprender determinado idioma, a criança deve ser exposta a ele, de maneira ativa, por pelo menos  de 20 a 30% do tempo em que está acordada. Calculando rudemente, uma criança que acorda às 7h da manhã e dorme às 20h, deve ser exposta por cerca de 3 horas por dia, ou 21 horas por semana. E só conta se for exposição ativa, ou seja, uma conversa onde a criança participe ativamente. Na prática você deve conversar com seu filho como se conversasse com um adulto, dando tempo para que o outro se expresse (e com linguagem clara, sem "tatibitati"). Complementos como leitura de livros seria o ideal. parece muito mas não é, acreditem. Mesmo que seu filho vá a creche, como os meus, pelo menos uma hora pela manhã e duas no final da tarde já seriam suficientes. Agora é só somar o fim de semana e veremos que temos tempo de sobra.

2. Alimentar o ciclo estímulo-proficiência-fala.  Existe um ciclo onde quanto maior o estímulo da fala, maior a proficiência e maior a vontade da criança de falar. Novamente a idade de início de exposição é importante, porque quanto mais jovem, melhor a proficiência e depois é só não deixar a peteca cair! A criança deve ser guiada e estimulada positivamente a falar e não obrigada e ridicularizada. Jamais faça graça de palavras ou gramática erradas, por mais bonitinho que seja. Muitas vezes elas não sabem (ainda) se expressar sobre determinado assunto, daí nós podemos dar um empurrãozinho. É só ajudar a completar frases ou encontrar as palavras certas, jamais corrigir abertamente. Quando a criança falar, por exemplo, "eu quero water!", deve-se repetir : "ah, você quer água? Então a mamãe vai dar a água. Aqui está a água. A água está boa? Quer mais água?", e não simplesmente corrigir:" não é water! É água! fale em português!"
Misturar palavras de dois idiomas em uma mesma frase ou misturar as gramáticas é uma fase perfeitamente normal no bilinguismo e que vai se corrigir com o tempo, assim que o vocabulário seja rico o suficiente. Na verdade isso é considerado sinal de inteligência, pois a criança substitui as palavras corretamente e acaba conseguindo se comunicar. Mas se os pais misturam os idiomas, daí já é um problema pois o filho vai achar isso "normal"e "correto".

Entenderam a diferença? Notaram a importância da repetição? Aposto que em pouco tempo o seu filho vai estar pedindo "água"e não"water". Com os meus tem funcionado, e muito bem, desse modo.

Eu só me dei conta da importância de se falar tudo clara e repetidamente quando meu filho, com quase 2 anos na época, me pediu pra comer "isso aqui". A minha ajuda pra que ele falasse o que queria comer era pegar as várias coisas (banana, torrada, maçã, pão, leite etc) e, ao invés de falar o nome das coisas, eu mostrava e perguntava: "é isso aqui que você quer?" O danadinho ficou achando que tudo se chamava "isso aqui"! E lá fui eu desfazer a confusão que eu mesma criei.

3. Grupos comunitários de apoio ao idioma minoritário. Existem em vários países, comunidades de imigrantes que se unem para formar grupos de apoio à lingua. Isso é de extrema importância para dar suporte emocional tanto a pais quanto a filhos. Da parte dos pais, é importante trocar informações e dicas e da parte dos filhos, é importante saber que sua família não é "diferente" e que outras crianças também falam (e se orgulham disso) a língua minoritária. O ideal seria que esses grupos se encontrassem ao menos uma vez por semana e que promovessem a alfabetização na língua minoritária, mas isso é assunto pra outro texto.

Aqui em casa funciona de um modo parecido. Victor está na escola internacional, onde foi exposto a um terceiro idioma (inglês). Um "plus" na hora de tomar a decisão sobre a escola foi que ele estaria junto a seus "pares", ou seja, crianças também criadas com outro idioma em casa. Foi uma decisào muito acertada. Também mantenho contato com outras mães brasileiras cujos filhos falam o português e procuramos incentivá-los a conversar em português quando estão juntos. Incentivo do mesmo modo meus filhos, quando brincam entre si, e posso dizer, com orgulho, que eles preferem brincar  e se comunicar em português um com o outro.

4. Viagens ao país de origem do idioma minoritário ou visitas de parentes monolíngues. Importantíssimo para dar uma incrementada no desenvolvimento do idioma minoritário é manter as raízes visitando os parentes e os recebendo em casa sempre que possível. Sempre que se vai brincar com primos monolíngues ou que se recebe a visita da vovó por algumas semanas, a linguagem dá um salto. Quando as crianças tiverem idade suficiente, outra idéia seria deixá-las passar as férias verão com os avós ou tios sozinhos.

Essa parte é mais difícil, ainda bem que apenas facilita nossa vida, mas nào é um determinante para o sucesso do bilinguismo, certo? Estou indo ao Brasil semana que vem, depois conto como foi tudo. E em dezembro o meu irmão vem passar as férias escolares conosco; espero que sejam férias "falantes"pois os meus meninos precisam de exemplos masculinos de fala. Alguém mais está com esse problema? :)

Finalizando por hoje, ninguém gosta de falar um idioma que não domine bem, certo? Até nós, adultos, temos esse tipo de atitude. Quem não se sente envergonhado de falar um holandês "mim-Jane-tú-Chita?" Então,  mais uma vez, é importante enfatizar nosso papel, enquanto pais e provedores de exposição ao nosso idioma materno. Quanto mais conversarmos, cantarmos e lermos para nossos filhos, mais e melhor eles falarão conosco em português. É uma tarefa cansativa, pois temos que tomar para nós o que seria aprendido de outras fontes em nosso país de origem (avós, tios, escola, amigos etc), mas garanto-lhes que nem é tão difícil e é extremamente gratificante ouvir um: "cacáca, mamãe! Que caminhão azul grande e bonito!" E o melhor é ter a certeza de que esse "cacáca" se tornará um belo, carioca e sonoro CARACA, logo logo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sinceridade infantil

Aqui em casa o pior xingamento é "chato". Ser chamado de chato leva à crises de choro quase que incontroláveis. Foi o que aconteceu por esses dias:

- Mamãe, mamãe!!! Daniel me chamou de chato!!!
- Ah, Daniel, que feio! você chamou o irmão de chato?
- Sim. E fedido também! Victor é chato EEE fedido!




E enquanto um se debatia e berrava jogado ao chão, eu pensava se deveria ou não punir a sinceridade do outro. E ao mesmo tempo tentava segurar as gargalhadas :):):)

sábado, 26 de setembro de 2009

Alfabetização em uma terceira língua.

Aqui em casa tem funcionado bem. Victor falava holandês e português antes de entrar pra escola, há 8 meses atrás. Escutava inglês entre mim e o pai e entre mim e as outras pessoas. Após a entrada na escola, ele rapidamente passou a entender tudo nesse terceiro idioma e a falar. Agora está sendo alfabetizado. E olha que ele só tem 4 anos e meio!
Olha só coisa mais fofa o meu lindinho!!!


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Victor agora em vídeo

Victor está gostando de ser ator :)


domingo, 6 de setembro de 2009

Acho que tá na hora da dieta!


- Mamãe?
- sim, meu amor?
- que que é isso, heim?
- é a meia da mamãe.
- isso né meia nào!
- é sim: é meia-calça pra mamãe ficar bonita no casamento da Patrícia e...

Eis que sinto um tapa no traseiro, seguido por uma exclamação:

- Que bu-bunzão!!!

E até Thamy, que foi testemunha de tamanha infâmia, caiu na risada em concordância!


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É, quando seu filho de pouco mais de 2 anos fala isso (esse lindinho aí da foto), é porque REALMENTE tá na hora de fazer uma dieta. Ainda bem que amanhã é segunda-feira :)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Raising a bilingual child - II

Bem, demorei um tempo para vir escrever um pouco mais sobre o livro da Dra. Zurer a respeito do bilingüismo, mas cá estou eu novamente.
Vou começar essa parte tentando responder a uma pergunta simples e que todos os que convivem ou ouvem falar sobre crianças criadas em bilingüismo querem saber:

Qualquer criança é capaz de aprender mais de um idioma simultaneamente?

A resposta seria sim e não. Primeiro eu vou explicar o não, pois é mais simples.

Uma criança que apresenta problemas em adquirir uma língua, também não será capaz de adquirir outros idiomas. Quando isso acontece? quando existe um impedimento real para aquisição de primeira língua, como surdez ou retardo mental grave. Tirando isso, todas as outras crianças são capazes de falar em uma ou mais línguas.

Achar que uma criança não é capaz de aprender dois ou mais idiomas ao mesmo tempo, seria o mesmo que acreditar que uma criança não vai falar NUNCA. Quantas crianças, sem contar as com problemas citados no parágrafo anterior, conhecemos e que não são capazes de falar? quando se tem um filho pequeno, as pessoas costumam perguntar "o neném já está falando?" e não "será que algum dia seu neném será capaz de falar?" até mesmo crianças com perda parcial de audição e com retardo mental moderado falam, existindo, inclusive, relatos de portadores de síndrome de Down bilíngues (os dois idiomas com mesmo grau de complexidade alcançado).

Mas por que isso acontece? como? por que nós somos capazes de falar?

Bem, aprender a falar é uma das coisas mais difíceis e incríveis que acontece no desenvolvimento humano; assim que a criança começa a escutar (na vida intra-uterina ainda, entre as semanas 25-30) começa o apredizado da(s) língua(s). Já pararam pra pensar que as crianças aprendem a falar antes de aprender a amarrar os sapatos? que podem usar regras complicadas de gramática antes de aprender a "colar-o-rabo-do-burro", numa simples brincadeira infantil? A destreza física e a coordenação necessárias para emitir palavras parece mesmo ser uma grande vitória para um ser que nem ao menos consegue beber água num copo sem babar! os movimento coordenados dos pulmões, lábios e língua necessários para falar já foram comparados e julgados mais difíceis do que fazer acrobacia. E a memória necessária para lembrar as palavras? como uma criança lembra de tanta palavra, mas não lembra que papai saiu pra trabalhar meia hora atrás? só mesmo tendo alguma coisa muito especial para explicar todas essas habilidades que vão "além" da capacidade de um serzinho que mal veio ao mundo. Entenderam o "X" da questão?

Para explicar o fantástico talento infantil para idiomas, os psicolinguistas criaram o conceito de "Aparato de aquisição de linguagem - LAD", que é uma área cerebral que existe em todos os recém-nascidos. O LAD sozinho não promove o desenvolvimento da linguagem. Os bebês nascem em ambientes que são favoráveis à aquisição do idioma(s) e esse suporte ambiental, representado inicialmente pela família, é conhecido como "Sistema de Suporte à Aquisição de Linguagem"- LASS. Desse modo, o LAD representa a contribuição da natureza e o LASS a contribuição do ambiente e, com esses dois "ajudantes", crianças do mundo inteiro aprendem um ou mais dos cerca de 6 mil idiomas falados ao redor do globo. Todas essas crianças aprendem a falar de modo semelhante e seguindo o mesmo tempo de desenvolvimento. Primeiro vem os sons, depois as sílabas, as palavras, as frases de 2 palavras, as frases maiores e, por fim, os textos. Resumidamente, as crianças do nosso planeta, apresentam essas médias de idade (*) no desenvolvimento da fala:

- Sons: do nascimento aos 5 meses (reconhece sons, mas não os identifica; produz vogais como "g", "b" e pode sorrir em resposta);
- sílabas: entre 6 e 9 meses (reconhece o próprio nome, começa a entender o "não", fala "babababa", "dadada");
- palavras (entendimento): por volta de 12 meses (reconhece palavras de seu interesse particular, como "passear"; fala sílabas fáceis como "da", "ba" e algumas vogais fáceis como "f", "m" e algumas crianças podem falar uma ou outra palavra);
- palavras: entre 16 e 18 meses (meninos entendem cerca de 140 palavras, podendo variar de 50 a 350; meninas entendem em média 190, variando entre 60 a 400. Vocabulário expressivo para meninos é cerca de 75 palavras e para meninas 118 palavras, ambos com grande variação);
- frases de 2 palavras: por volta de 24 meses (a criança entende quase tudo que é dito; média para falar frase de 2 palavras é de 18 meses e a maioria das crianças pode fazer isso até 26 meses);
- frases maiores: por volta dos 36 meses (a criança entende tudo que é falado e começa a entender coisas abstratas como "sentimentos"e "pensamentos"; fala frases simples, mas que são entendidas perfeitamente, adora repetir tudo, mas ainda é difícil manter uma conversação recíproca).


Como todas as crianças bilíngues nascem com o mesmo LAD de monolíngues, obviamente a diferença está no LASS, que precisa ser expandido nos bilíngues.

E como podemos melhorar o LASS, ou seja, o ambiente (as pessoas que falam com a criança e outros fatores) e promover condições ótimas de bilinguismo?

Volto depois para responder a isso :)


(*) as médias de idade revelam idade onde o processo começa e não quer dizer que naquela determinada idade a criança deve, necessariamente, ter um número "x" de palavras ou dominar completamente o que é esperado para a fase. O problema é não entrar nessas fases até essa idade.

> Caso o texto nào esteja claro o suficiente ou você queira mais algum detalhe, não hesite em perguntar!


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Posso levar pra casa?

- Mamãe, posso levar pra casa uma lieveheersbeestje?
- Uma o quê, Victor?
- lieveheersbeestje.
- Meu amor, mamãe não entende holandês, tem que falar em português.
- Mas eu esqueci como é o nome da lieveheersbeestje em português!
- E em inglês, você sabe?
- Ladybird.
- Ah! JOANINHA.
- É, mamae! JO-A-NI-NHA! Posso levar uma pra casa? ela é tão bonitinha!


Como não deixar? :)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Aula do dia: "borboleta"

Victor tem ensinado várias palavras e frases pro irmão. Daniel é bom aluno! hoje aula foi de português (mas ele também leciona em holandês e inglês...rsrsrs) e o assunto foi "borboleta". O tema foi desenvolvido de forma lúdica e usando como ferramenta a massinha de modelar.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Raising a bilingual child - I

Estou lendo ess livro, de Barbara Zurer Pearson, e achando interessantíssimo. Dr. Pearlson é pesquisadora associada da Universidade de Massachusetts e tem mais de 20 anos de experiência na área de bilinguismo e linguística. Pessoa mais que capacitada pra escrever sobre biliguismo, certo?
Ainda estou an metade do livro, mas já percebi coisas interessantíssimas nele.
Bilíngue (ou multilíngue) é a pessoa que domina mais de um idioma, em oposição aos monolíngues, que dominam apenas um. A maioria das pessoas do mundo pode se comunicar em mais de um idioma e em inúmeros casos, o bilinguismo é adquirido desde o nascimento ou na tenra infância. Quando a criança cresce em ambiente bilíngue e desenvolve o bilinguismo, isso reflete, entre outras coisas, em aumento de Q.I., de habilidades linguísticas, matemáticas, maior tolerância cultural e até em diminuição da chance de ter mal de Alzeimer. Dentre os grupos estudados, os melhores resultados em todos os parâmetros citados acontece quando a segunda (ou terceira, ou quarta) língua é introduzida desde o nascimento ou bem cedo na infância.
O bilinguismo pode ser "classificado" em 2 principais grupos, de acordo com o grau de proficiência atingido e as localizações cerebrais que os idiomas ocupam.

1. Aquisição de primeira linguagem bilíngue (BFLA) = introdução simultânea de dois ou mais idiomas ao nascimento. A criança desenvolve os dois idiomas paralela e independentemente a partir do nascimento. Considera-se a passoa como tendo "duas línguas maternas" ou "dois primeiros idiomas". Com estímulo adequado, a criança atinge nível de falante nativo ou similar a nativo. Fazendo analogia com árvores (idiomas) em uma floresta (cérebro), corresponderia a duas árvores crescendo muito próximas numa mesma área, porém independentes e com raízes próprias. Normalmente acontece quando os pais têm nacionalidade diferentes e usam seus próprios idiomas com a criança.

2. Aquisição de segunda linguagem (SLA) = Quando o aprendizado do segundo idioma não acontece desde o nascimento. Pode ser adquirida na infância ou depois da puberbade. No primeiro caso (ESLA), o segundo idioma se desenvolve a partir das bases da língua materna, mas está intimamente relacionado a ela e à proficiência atingida e, quando devidamente estimulada, também atinge nível nativo ou similar a nativo. Na analogia das árvores, corresponderia a uma ávore com raiz (o idioma plantado desde o nascimento) e uma outra árvore sobre esta, como se fosse um ficus, cujas partes se enroscam na árvore original e suas raízes se confundem. Ainda funcionam como línguas completamente independentes e não há muita diferença entre esse grupo e os BFLA. A idade onde isso ainda pode ser estabelecido é controversa. Alguns dizem até os 7-8 anos, outros até o início da adolescência. Eu, particularmente e baseada em outros estudos desse mesmo livro e fora dela, acredito que esse grupo chegue a nível "similar a nativo" mais vezes que a "nativo" propriamente dito. Normalmente acontece quando a criança imigra muito nova para outro país ou quando frequenta escola em outro idioma que não seja o local.
Já a aquisição tardia de segundo idioma (LSLA) não premia os falantes com tanta fluência e o nível atingido não será nativo e, muito raramente, poderá ser similar a nativo. A árvore cresceria sobre a árvore inicial, sem desenvolver raízes próprias e sem grandes intimidades entre suas partes. Essa pessoa, por mais treinada que seja, sempre terá sotaque, erros de gramática e não entenderá completamente o uso do idioma (será incapaz de entender certas ironias sutis, por exemplo).

Claro que, mesmo que os dois ou mais idiomas sejam apresentados à criança, existem casos "bem sucedidos"de bilinguismo e casos nem tão bem sucedidos assim. Existem crianças que maestram mais de um idioma completamente, crianças que entendem um idioma mas respondem em outro, crianças que não conseguem entender ou pronunciar mais que algumas palavras e crianças que, mesmo vivendo em ambiente bilíngue, são monolíngues.

O que determina isso? existe uma forma de otimizar o ambiente e pular de uma situaçào para outra? existe uma "fórmula de sucesso"?existem crianças mais aptas ou menos aptas a aprenderem um outro idioma ou é o ambiente que influencia isso?

Espero responder a isso, de acordo com o livro, no próximo post pois agora preciso dar um "input" maior de português para os meus pequenos bilíngues (BFLA, estão no primeiro grupo...sorte deles!).

OBS.: "similar a nativo" só pode ser percebido como diferente de "nativo" por pessoas capacitadas em um laboratório de linguística. Logo, na vida prática, nào há diferença perceptível.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Eu sou brasileiro!

Pois é, eu tenho poucas oportunidades de ouvir Victor se aventurando pela língua Inglesa. Comigo e com o pai ele se recusa a falar no novo idioma, "cada um com seu cada qual", certo?
Quando eu escuto conversas entre ele e os amigos da escola ou quando, num momento de distração, ele fala com o irmão em inglês, eu acho o máximo! claro que ele nào admite que fala com o irmão em inglês por distração, ele diz que "está ensinando Daniel".
Ontem perdemos (de novo) o ônibus pra casa depois da escola e o próximo só em meia hora. Fomos esperar dentro da salinha de aula, como sempre.
Eis que sai uma conversa entre Victor e Fabienne, a estagiária de pedagogia.

- Hey, Victor, do you speak portugues with your mom?
- Yes, my mummy speakes portuguese because she comes from Brazil.
- Really?
- Yes. I also come from Brasil and my brother Daniel too. This is because we can speak portugues: we are brazilians!
- Are you?
- Yes, but my dad not. He is from Holland.
- Adriana, were they born in Brazil???
- Nop!

Eu JURO que nào ensinei isso a ele! eu sempre digo que ele é brasileiro E holandês. :):):)

*Traduzindo:

- Ei, Victor, você fala português com sua mãe?
- Sim, minha mamãe fala português porque ela veio do Brasil.
- É mesmo?
- Sim. Eu também venho do Brasil e meu irmão Daniel também. É por isso que nós falamos português: porque somos brasileiros!
- Você é?
- Sim, mas meu pai não. Ele é da Holanda.
- Adriana, eles nasceram no Brasil???
- Não!


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Festa das flores nas escola


Victor está de blusa verde e foi um dos mais animados :)



segunda-feira, 22 de junho de 2009

Tchau trem!

- Olha Daniel! olha Victor! um cachorrinho ali no banco da frente com a moça!
- Que lindo, mamãe...ah, já vai sair do ônibus.
- Vamos dar "tchau"pra ele, gente! tchau cachorrinho lindo!
- Mamãe, cachorrinho não fala e nem entende o que a gente fala....olha Daniel, olha mamãe: o trem! TCHAU TREM!!!!!


____________

Que idioma será que ele acha que trem fala?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

sábado, 23 de maio de 2009

O peixe e o pingüim

   O português do Daniel também anda progredindo :)






quinta-feira, 21 de maio de 2009

Passeio da escola






     Na última quarta, dia 13 de maio, Victor participou do primeiro passeio da escola. Eu fui de mãe-ajudante e foi muito divertido. Fomos ao Sprookjeshof em Zuidlaren, que fica há mais ou menos meia hora de Groningen. Os pequenos ADORARAM e eu achei bem legal ouvir Victor se comunicando em inglês, já que comigo ele se recusa a falar qualquer outro idioma que não o português.
   Um amiguinho dele, o Osmo, um finlandezinho lindo, tem uma conversa bem "diferente"pra idade dele. Não é meu filho, mas merece uma menção honrosa aqui no blog. O diálogo se passou em inglês, no caminho de volta, e é claro que eu não vou escrever no idioma original para depois ter que traduzir...ando preguiçosa...hahahaha

- Eu vou pra Finlândia nas férias. Você sabia disso?
- É? e você fala finlandês?
- Falo finlandês muito bem.
- E o que você acha legal na Finlândia? o que tem pra fazer lá?
- Na Finlândia só existem ursos polares e gêlo.
- Pôxa, deve ser muito divertido brincar no gêlo, não é?
- É sim, mas eu estou preocupado com os ursos polares.
- Por que?
- Ah, você sabe...eles estão sendo muito caçados. Daqui há pouco só vai existir gêlo na Finlândia!

                                                              ------------

O que será desse menino quando ele descobrir sobre o aquecimento global?????


domingo, 17 de maio de 2009

A primeira vez no cinema foi inesquecível :(



    Hoje levamos Daniel ao cinema pela primeira vez. Fomos assistir "Coraline", mas nem ficamos até o final.
    Depois do intervalo fui ao banheiro trocar a fralda dele e, na volta, ele tropeçou e deu com a testinha na quina de uma porta aberta. Sangrou bastante, mamãe quase desmaiou e tivemos que ir pro hospital. Eles não deram pontos, mas usaram uma cola em substituição para ver se a marca fica menor.
    De qualquer modo, foi uma manhã inesquecível. E num mau sentido. :(:(:(
    Ah! nessa foto também dá pra ver o novo corte de cabelo do meu lindinho. Não ficou mais fofo ainda?



quinta-feira, 14 de maio de 2009

Férias forçadas


    Pois é, ganhei 4 semanas, no mínimo, de férias forçadas. E se mais alguém vier me falar que eu REALMENTE preciso, acho que vou quebrar a casa, chutar o cachorro (mesmo que imaginário) e bater com a cabeça na parede!!!!


  Agora alguém me diz: o que diabos eu vou fazer por 4 semanas se eu não posso trabalhar???



terça-feira, 5 de maio de 2009

Só para constar

    Minha tolerância para com a estupidez humana inexiste.

domingo, 3 de maio de 2009

Conversa de irmão

    Victor tenta, de todo modo, chamar atenção do Daniel para brincar de bola. O pequeno não está interessado porque está montando seu quebra-cabeças e já disse "não", mas Victor não se conforma.

- Daniel, olha! vamos jogar futebol?

O irmão necas.

- Daniel, kijk kijk!!!

Nenhuma reação.

- Daniel, LOOK AT MEEEE!!!!

Pelo menos ele tentou em 3 idiomas :):):)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Aniversário do Daniel!!!



Vai um docinho aí?

O presente da mamãe. Adorei!


Minha festinha na creche.



Meu lindinho fez 2 anos dia 25 :)
Sexta teve bolo na creche, sábado teve piquenique no parque e domingo teve mais bolo em casa.



quinta-feira, 23 de abril de 2009

Minha vida (nada) fácil na Europa

   É incrível como as pessoas acreditam piamente que a vida aqui na Holanda é um mar-de-rosas. Ouço isso constantemente; todos parecem achar que aqui é Oz e que a vida é muito fácil e tranquila desse lado do globo. Pois toda vez que ouço a máxima "ah, mas você já está com a vida ganha, mora na Holanda", me seguro pra não ter uma crise de riso nervosa ou não pedir pro cidadão ver se eu estou na esquina. Meu dia aqui começa cedo, lá pelas 6-6.30h da manhã, que é o único horário que dá tempo de tomar banho. Então vamos lá:

- 6.30h da manhã: levanto, coloco pão no forno, ligo a água da banheira porque ainda não tem chuveiro instalado. Pelo menos não tenho mais que ir tomar banho no trabalho. Máquina de café à postos, recolho a toalha, as roupas e subo pro banho. Tenho que ser rápida ou não dá tempo de acabar antes de algum dos dois acordar. Às 6.50h desço, de toalha no cabelo, ligo a máquina de café e pego o pão do forno. Vou mordendo o pão e bebericando o café enquanto ando de um lado para o outro colocando roupa na máquina, retirando a louça limpa da outra máquina e preparando a merenda do Victor. Ah! esqueci das roupas deles. Pronto, peguei!

- 7.20h: Bert desce com os dois pela escada; se engalfinham e berram pra ver quem consegue pular na mamãe primeiro (lindos!); cada dia deixo um ganhar e outro fica jogado no chão dando piti. Pego a mamadeira, que já havia preparado uns 2 minutos antes, e levo Daniel pra deitar comigo no sofá e mamar. Victor berra que quer suco e tem que ser a mamãe a fazer. Bert corre atrás do Victor pela sala, mas só quem pode colocar a roupa sou eu. Acabou o leite, troco a fralda. Corro pra fazer o pão dos dois e entregar ao mesmo tempo, ou é outro piti na certa. Bert perdeu a chave do carro e da casa, como sempre. Fica resmungando e falando que eu guardei em outro lugar (ignoro), até que as acha no bolso do casaco. Daniel começa a choramingar porque quer colocar o sapato e ir com pai também. Gente, será que minhas células, que eu tratei ontem às 10h da noite, cresceram? ôpa, esqueci de separar os livros pra devolver na biblioteca da escola! cadê os livros? ah, ele leva semana que vem! xi, tenho que lembrar de comprar o presente da festa de aniversário que ele tem pra ir na sexta e tenho que levar minha droga pra medicina nuclear. Será que vai dar certo dessa vez? ai, será qie ainda tem o brinquedo que eu quero comprar pro Daniel de aniversário? ai, tenho que fazer um bolo hoje à noite pra levar pra creche!!!! corre, Victor, você tá atrasado! caraca, essa chave já não tinha aparecido, tá procurando o que agora???Victor vem escovar os dentes e lavar o rosto. Fica quieto que pentear cabelo não dói! ah, essa merenda tá boa sim. Tá então leva isso e não come, fica com fome. Vem dar beijo na mamãe, meu lindo. Tchau!

- 7.50h: finalmente ficamos eu e Daniel; hora de trocar a roupa. Ele tá na idade do piti, 2 anos (faz nesse sábado. Droga, tenho que lembrar de comprar fermento pro bolo de hoje à noite!). Pronto, tá lindo e cheirosinho, vamos? ai, cagou de novo. Troco a roupa toda e tento sair. Ele se recusa a colocar o casaco. Coloca. Se recusa a colocar sapato. Coloca. Se recusa a escovar os dentes. Escova. Se recusa a sentar na meleca do carrinho. Eu o sento na marra e saímos de casa com ele berrando, óbvio. Atravesso a obra do entorno e já estou com dor nas costas de carregar a saca de roupa pequena pra dar pra 2 amigas no trabalho. Será que as células cresceram???

- 8.30h: chegamos na creche. Entramos. Ele gruda feito macaquinho e tenho que sentar pro ritual da despedida que dura uns 15 minutos. Xiii, o seminário!!! tento sair antes dos 15 minutos. Ele se jga no chão. Volto. Ufa, consegui sair e é só eu dar uma corridinha que chego quase na hora.

- 9.10h: hoje não tem seminário. Os seminários são às sextas e hoje ainda é quinta. Células vivas e crescidas, começo a pipetar às 9.40h, depois de ter ligado tudo, esquentado tudo e preparado tudo. Pelo menos tem uns intervalos que eu posso dar uma olhada na internet! droga, esqueci o fermento!!! e ainda tem o presente do aniversário que Victor tem que ir amanhã de tarde...peraí...será que Bert lembra que ele tem que cancelar a creche depois da escola e levar o menino na festa? ligo pro celular; desligado. Ok, ligo mais tarde, ainda é cedo. Ai, tô quase perdendo a hora da incubação!!! e nem acabei os cálculos ainda! e o banho-maria, já tá em 37 graus? ah! 35 é quase 37, né?

- 12.30h: nossa, que fome é essa? ainda é ced...caraca, tenho que preparar as amostras pra medicina nuclear, a técnica, que já não é muito amigável, vai me matar! só mais umas pipetadas e pronto: joguei a bosta do meio a 10% no buraco errado, e agora? ah, se der errado eu faço de novo, saco! acho melhor fazer o bolo de chocolate pra creche, afinal eu já fiz antes e não solou, certo? bem, pipetei tudo, separei tudo e agora tenho um intervalo de incubação de mais 15 minutos. Tempo mais que suficiente pra engolir meu sanduíche e dar uma olhadinha na internet. Time out!!! corro pra não correr o risco de fazer outra bobagem em um dos experimentos. Páro a reação e fixo. Vem a técnica me perguntar se já podemos ir ao hospital. Ela quer saber onde estão as colunas. Pego e ela quer as grandes. Digo que são as pequenas. Ela resolve ligar pra 2 pessoas pra ter certeza e enquanto isso eu vou parar o outro experimento.. São as pequenas mesmo (eu te disse, eu te disse!!!), mas tenho que ensiná-la a usar. Ensino. Vamos pro hospital e deixamos as amostras. Tenho que acabar tudo correndo pra poder comprar fermento e o presente. Ela quer falar da casa nova, quer me mostrar fotos. Ok, melhor ser simpática porque ela vai me dar as células amanhã e não é comum ela me tratar como gente. Vejo as fotos, corro pro experimento. Termino. Mando email convidando pra festinha do Daniel no domingo. Já viram alguém organizar a festa e esquecer de chamar as pessoas?

- 16h: esqueci que tenho que devolver o headphone que Thamy comprou porque o prazo está acabando. A loja é longe e não tem ônibus pra lá direto. Vou andando. Nào pode trocar porque tem que apresentar o cartão dela. Ok, vou comprar os cabides IKEA aqui do lado. Fome. Cachorro-quente e coca-cola (por isso tô essa baleia!). Saio com o saco cheio e dor nas costas de carregar. Ônibus vindo. Corro. Pego, mas perdi os pulmões no caminho. Ai, o presente! Salto. Ando pra loja. Compro. 

- 17.30h: tá na hora de pegar Daniel na creche. Celular do Bert ainda sem resposta. Corro e compro o fermento. Corro pra creche. Bert está lá, que bom, vamos de carro e eu posso voltar a sentir meus ombros que estão dormentes com o peso. Ele foi à pé. Está com a bursite atacada, não pode carregar. Lembra do aniversário de amanhã? como assim quem vai levar? você, claro! sim, comprei o presente. Não, Daniel eu pego. O endereço? sei lá. Tá no cartão. Por que eu não encomendei um bolo, ao invés de fazer? sei lá, acho que sou uma anta. ANTA!!!

- 18h: Bert faz a janta e eu vou arrumando as roupas da manhã. Coloco novas na máquinas porque roupa suja aqui dá filhote. Deve ser geraçao espontânea a partir das meias que desaparecem (sempre apenas um pé). Acho que deixei meu computador do trabalho ligado! guardei as células fixadas no -20? onde foi parar minha memória? ai, deixa eu passar aspirador na escada. Que isso? você deixou os meninos SOZINHOS na porta de casa??? tá olhando nada! entrem! berreiro novamente, acho que preferia ser surda.

- 18.40h: janta. Sobremesa. Arrumar a cozinha. Amanhã eu quero cozinhar e você limpa. A máquina de secar tá fazendo um barulho estranho. Desligo. Daniel quer outro iogurte de chocolate. Desisto, hoje pode. Já foi muito berreiro, esse menino vai ficar sem voz. E eu sei lá onde está a chave do carro? por acaso eu uso o carro? e eu vou saber onde está a sua blusa verde? amanhã é sexta, tem seminário e vou tentar dormir cedo. Tomara que não demore muito porque eu tenho que buscar minhas amostras no hospital. E se não der certo a marcação? será que um dia eu termino esse doutorado? ai, tenho que lembrar de pedir camundongos no prazo, ou essa droga vai demorar ainda mais e não vai dar tempo de terminar o abstract do congresso.

- 19.30h: as pessoas começam a me chamar no MSN e skype. Quem mandou dizer que esse era o horário "disponível"? falo 2 minutos, escrevo 2 linhas só pra dizer que já venho ou que está difícil falar e começo os preparativos pra noite. Banho. Quem teve idéia de colocar as roupas no terceiro andar? pronto, peguei tudo. Esqueci o pijama. Volto. Esqueci o saco de dormir. Volto. Faço a mamadeira. Coloco Victor pra ver DVD e evitar berreiro por querer sempre as coisas na hora da fralda e da mamadeira do irmão. Tenho que lembrar de pedir os animais na quarta. Ainda bem que lembrei do fermento! mamou. Troquei a roupa e escovei os dentinhos. Subi com o chumbinho no cólo e coloquei na cama. Desço pra cuidar do outro. Não quer parar o DVD. Berreiro. Pijama, dentes e carregar no cólo pra não achar que só faço pro irmão. Daniel fugiu do quarto. Coloco de volta na cama. Beijo os dois e desço. Roupa da máquina lavou, hora de recarregar e dobrar. Fica na escada até eu subir de novo. Gritam lá em cima. Subo e recoloco na cama. Desço. Arrumo. Finalmente sento. Barulho de carrinho de bombeiro. Subo e repito tudo. Desço. Subo e repito mais 3 vezes. Bert resolveu tomar banho e já está lá há mais de uma hora. É o único holandês que toma banho todos os dias, até nisso dei azar! (hahahaha)Dormem.

- 21.30h: agora posso ver um filme. Não! o bolo! ainda bem que os saquinhos surpresa eu já fiz na segunda. E ainda bem que lembrei do fermento. Tinha fermento; não tinha açúcar. Vai ser bolo diet. Coloco uns cubinhos de açucar de café, mas deixo sobrarem dois pra de manhã. O bolo está crescendo mais de um lado. Será que tá solado? e o experimento que fiz hoje, será que deu certo?pelo menos eu posso sentar enquanto o bolo assa. Não, melhor limpar de novo o chão onde o copo quebrou; podem furar os pezinhos. Bolo pronto, esqueci o recheio. Fiz. O bolo tá torto e meio quebrado, mas deve estar gostoso. Criança nem liga pra isso, né?mas qual o horário da festa do Victor amanhà? gente! cadê o cartão? ah, amanhã eu telefono e pergunto. 

- 22.30h: resolvi escrever aqui. Esqueci de colocar mais roupa na máquina, peraí. E as compras do aniversário no sábado? ah, compro sábado cedinho. Que isso??? o camundongo que resolveu nos visitar todos os dias está escalando a escada! a ratoeira está perto do lixo, seu burro! ainda bem que não acabei de passar aspirador e posso tentar dar umas cacetadas nele. Pulou! sumiu! ai, que dor nas costas. Vou dormir porque já passa das 23h. Tanto trabalho pra conseguir uns camundongos na faculdade e esse aqui dando mole...hahahaha. Deixa só a minha gata chegar, seu folgado! se assutar a bichana, aí eu te pego!

- 23.15h: vou parar de escrever abobrinha e vou dormir. Falando em escrever...tenho que escrever o trabalho do project managment e tenho que preparar meus resultados para a reunião com o pessoal do STW. Mas que resultados? ai, será que um dia acabo esse doutorado?

-23.17h: vou assistir o vídeo (quase esqueci) e depois vou lutar contra minha insônia e contra a do Daniel. Quando esse menino vai dormir a noite toda? pelo menos amanhã não é meu dia de apresentar seminário. Menos mal. E nào posso esquecer de pegar as amostras no hospital (será que deu certo?); de começar o experimento pra fazer RT; de cuidar das células; de trocar o meio das outras células; de ir pensando no pedido dos animais; de calcular o outro experimento; de ver se meu passe ainda abre a porta do laboratório de radioatividade; de levar o bolo e os saquinhos pro aniversário da creche do Daniel; de lembrar Bert de levar Victor no aniversário do amigo; de pegar o endereço desse amigo e de comprar a janta (acham que eu vou cozinhar tudo?). Tenho impressão de ter esquecido alguma coisa. Ah! vou desligar o skype porque um amigo me falou que eu pareço sempre cansada e ele não sabe o porquê. Deve imaginar a minha vida de princesa aqui e me achar uma fresca, né?

Bem, vou lá. Amanhã começa tudo de novo (às 6h da manhã).

Como a vida é fácil na Europa! :(

Monsters versus Aliens

No penúltimo fim de semana fui com Victor ao cinema. Chegando lá, pedi os ingressos e a moça perguntou:

- For what version? dutch or english? (para qual versão? holandês ou inglês?)
- Dutch, please. (holandês, por favor)

- NÃO, mamãe!!! eu quero ver em INGLÊS!
- Mas holandês é melhor pra você entender, meu amor.
- Eu já "sabo" inglês. Eu prefiro em inglês.
- Tem certeza?
- Eu "tem certeuza"sim.
- Tá bom então.

- Sorry, we prefer in english. (desculpa, nós preferimos em inglês).

A moça ficou espantada, mas nos deu os ingressos.

E não é que ele entedeu tudo mesmo??? :o

terça-feira, 21 de abril de 2009

A família aumentando

   Essa é Elizabeth Arden, nossa gatinha ragdoll que chega daqui há um mês. Pelo que eu andei lendo, o ragdoll é um gato ideal para crianças. É um bicho de personalidade pacífica, brincalhão, inteligente e não solta muito pêlo. Descobri também que essas fofurinhas custam uma fortuna no Brasil e são vendidos apenas castrados, pra manter o mercado, óbvio.
   Quando chegamos na casa da criadora, que aliás também escolheu o ragdoll por ter filhos pequenos, os dois pularam feito pipoquinhas de alegria, pena que não filmei!
   O problema está sendo convecer Victor que ela precisa ficar mais com a mãe porque é pequena ainda; ele não esquece e pergunta quando vamos buscá-la a cada 5 minutos.





sábado, 28 de março de 2009

Primeiros resultados acadêmicos :)

   Victor já quer, há bastante tempo, escrever o próprio nome. Desde os 3 anos, mais ou menos, um dos passatempos dele é procurar as letras do nome em todos os lugares:

- Olha mamãe: o "V" do Victor! e ali tem o "o"do Victor! alá o "T"do Victor!

 E no último dia 25 de março, após 2 meses e 11 dias de vida escolar, aos 4 anos, 2 meses e 10 dias de vida, ele obteve êxito na tarefa de assinar o próprio nome sem erros.

 Eis aí a prova de seu sucesso acadêmico :)





segunda-feira, 23 de março de 2009

And the Oscar goes to...

THE SUN!!!!!!!



Pena que só durou um dia :(:(:(


segunda-feira, 2 de março de 2009

Sobre privacidade

Sempre vou ao banheiro acompanhada. Quando se tem filhos, a privacidade é uma palavra que é apagada do dicionário :)

- Mamã-ã.
- Sim?
- Xixi doen?
- É, mamãe vai fazer xixi.

(Doen = fazer, em holandês)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Mal humor em carioquês.

Voltando da escola quarta passada, Victor vinha se encolhendo de frio e reclamando com seus botõezinhos:

- Eu num goxxxta de frio! eu goxxxta mais do Brasil! lá tem sol e eu queria ir no praia! que DO-RO-GA!!!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

E no dia 3 de fevereiro...

Thamy completou 22 primaveras! u-huuuuuuuuuu!!!! parabéns!!!!!

A comemoração, antecipada em alguns dias, foi feita num restaurante com comida típica da Macedônia, aqui em Gronigen. Depois fomos assistir um filme.

É, já foi-se o tempo de festinha cor-de-rosa e Barbies de presente...

Olhem aí a foto das "frô".





domingo, 1 de fevereiro de 2009

Conselhos escolares

Recebi um documento da escola onde estão listados alguns conselhos para ajudar as crianças a se desenvolver bem no bilingüismo (ou trilingüismo). Acho que vale à pena listá-los aqui:

1. Faça com que sua criança se sinta o mais segura e feliz possível no novo ambiente;

2. Fale em sua língua materna com sua criança. Use toda e qualquer ocasião para desenvolver e aprimorar o idioma de casa naturalmente;

3. Fale com sua criança sobre a escola, de modo que ela desenvolva o vacabulário escolar no idioma de casa;

4. Leia regularmente para sua criança no seu idioma;

5. Quando sua criança começar a ler na escola, escute-a ler todos os dias. Converse sobre as histórias em sua língua materna e explique tudo o que sua criança nào entender;

6. Caso sua criança já tenha entrado na escola sabendo ler e escrever na sua língua materna, continue a desenvolver essa habilidade em casa;

7. Cuide para que sua criança vá para cama cedo nos dias de escola. Aprender e falar um novo idioma pode ser muito cansativo e é importante começar o dia bem;

8. Faça contato com outros pais e incentive o contato das crianças fora do horário escolar;

9. Caso tenha alguma dúvida sobre o desenvolvimento do inglês no seu filho, não deixa de conversar com a professora sobre isso.

A escola

No último dia 14, Victor começou na escola. Ele está na escola internacional, cujo idioma é o inglês. Fora as duas aulas semanais de holandês e as aulas de ginástica, todo o resto do tempo fala-se em inglês. A partir de agora, serão três idiomas e não apenas dois. O inglês sempre fez parte da vida dele, mas de forma passiva. Entre mim e todas as outras pessoas, inclusive seu pai, a língua é o inglês. Também assistimos programas na TV em inglês. Agora vai ser o momento onde ele também vai falar e nào apenas ouvir.

Ele chorou nos 4 ou 5 primeiros dias, mas acho que foi porque ele estava inseguro, afinal era tudo novo. Mesmo chorando na entrada, ele dizia-me, na saída, que havia gostado (mas não queria voltar). Agora, depois de duas semanas de aula, ele já vai todo animado, já tem um amigo,(o Ralf), e já fala algumas frases e palavras em inglês.

Eu estou satisfeitíssima com a estrutura da escola, com o método de ensino, com o tratamento dado às crianças e também por poder participar, já que eu não sou letrada em neerlandês.

Além de tudo isso, ele está numa situação similar à das outras crianças. Todas têm pelo menos um dos pais estrangeiros e todas falam 3 línguas, no mínimo (inglês, holandês e o(s) idioma(s) de casa).

Então tá indo bem, certo? :)

sábado, 24 de janeiro de 2009

O problema das pontes II - a missão

O diálogo que se segue, aconteceu mais ou menos assim, entre Victor e Mônica:

- Óia a ponte! a ponte na Holanda abre; no Portugal e no Espanha não abre!
- Mas aí como faz? o barco passa por baixo da ponte?
- É.
- Ah, é? mas aqui tem muito barco, né?
- É, tem.
- Você sabia, Victor, que tem até um barco que vende pannenkoeken aqui?
-hmmmm...als falar português, tem que falar tuuuudo em português! não é pannenkoeken: é PANQUECA!!!

(Als= se)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Bacalhau!

O avião já estava pra aterrisar em Portugal, quando Victor, olhando pela janela, disse desolado:

- Pôxa, eu não estou vendo o bacalhau...

Um rapaz brasileiro, que estava ao nosso lado:

-Tá vendo não? eu tô! tá ali em baixo, olha!

- Ah, eu também tô vendo, mamãe!!! BACALHAU!!! BACALHAU!!!BACALHAU!!! (jogando os bracinhos pra cima)

Ainda bem que os luso-passageiros não se aborreceram...hahaha

O problema das pontes

Victor ficou impressionado com a diferença entre as pontes da Holanda, de Portugal e da Espanha.

- Mamãe, a gente não pode ir na ponte agora! vem um barco, a ponte vai abrir!
- Essa ponte não abre.
- Mas vem o barco!!!
- Na Holanda as pontes abrem, aqui não. Aqui os barcos podem passar por debaixo das pontes, meu amor.
- oh, als o barco vem e a ponte não abre, o barco bate e a ponte quebra!!! corre, mamãe!


E não houve o que o fizesse perder o pânico de passar sobre uma ponte :(

(als = se)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Olha a raia!

Pois é, a primeira frase completa do Danielzinho não foi "me dá água", "quero chupeta"e nem "olha o miau". Ele foi mais criativo e soltou um "OLHA A RAIA!".
Aconteceu em Lisboa, no oceanário. Eles olhavam os peixes e eu fui mostrar pro Victor a raia. Para surpresa minha, começo a ouvir uma vozinha me imitando "olha a raia!"
E ele continua, até hoje, a repetir a tal frase.
A viagem foi bastante proveitosa e ele também aumentou o vocabulário. Agora ele fala "ta-ú" (tchau), ao invés de "dag"; "babou"(acabou); "tepeta"(chupeta) e "tapato"(sapato).
Logo, logo eu volto pra contar mais da viagem e dos primeiros dias de aula do Victor :)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Último dia na creche e aniversário antecipado :)

Após as férias na Espanha e em Portugal, Victor vai para a escola. Como o tempo passa rápido!

O saquinho-surpresa;
O bolo;

O presente;


As considerações;



A homenagem :)




Que idioma você fala com seu(s) filho(s)?