quarta-feira, 8 de julho de 2009

Raising a bilingual child - I

Estou lendo ess livro, de Barbara Zurer Pearson, e achando interessantíssimo. Dr. Pearlson é pesquisadora associada da Universidade de Massachusetts e tem mais de 20 anos de experiência na área de bilinguismo e linguística. Pessoa mais que capacitada pra escrever sobre biliguismo, certo?
Ainda estou an metade do livro, mas já percebi coisas interessantíssimas nele.
Bilíngue (ou multilíngue) é a pessoa que domina mais de um idioma, em oposição aos monolíngues, que dominam apenas um. A maioria das pessoas do mundo pode se comunicar em mais de um idioma e em inúmeros casos, o bilinguismo é adquirido desde o nascimento ou na tenra infância. Quando a criança cresce em ambiente bilíngue e desenvolve o bilinguismo, isso reflete, entre outras coisas, em aumento de Q.I., de habilidades linguísticas, matemáticas, maior tolerância cultural e até em diminuição da chance de ter mal de Alzeimer. Dentre os grupos estudados, os melhores resultados em todos os parâmetros citados acontece quando a segunda (ou terceira, ou quarta) língua é introduzida desde o nascimento ou bem cedo na infância.
O bilinguismo pode ser "classificado" em 2 principais grupos, de acordo com o grau de proficiência atingido e as localizações cerebrais que os idiomas ocupam.

1. Aquisição de primeira linguagem bilíngue (BFLA) = introdução simultânea de dois ou mais idiomas ao nascimento. A criança desenvolve os dois idiomas paralela e independentemente a partir do nascimento. Considera-se a passoa como tendo "duas línguas maternas" ou "dois primeiros idiomas". Com estímulo adequado, a criança atinge nível de falante nativo ou similar a nativo. Fazendo analogia com árvores (idiomas) em uma floresta (cérebro), corresponderia a duas árvores crescendo muito próximas numa mesma área, porém independentes e com raízes próprias. Normalmente acontece quando os pais têm nacionalidade diferentes e usam seus próprios idiomas com a criança.

2. Aquisição de segunda linguagem (SLA) = Quando o aprendizado do segundo idioma não acontece desde o nascimento. Pode ser adquirida na infância ou depois da puberbade. No primeiro caso (ESLA), o segundo idioma se desenvolve a partir das bases da língua materna, mas está intimamente relacionado a ela e à proficiência atingida e, quando devidamente estimulada, também atinge nível nativo ou similar a nativo. Na analogia das árvores, corresponderia a uma ávore com raiz (o idioma plantado desde o nascimento) e uma outra árvore sobre esta, como se fosse um ficus, cujas partes se enroscam na árvore original e suas raízes se confundem. Ainda funcionam como línguas completamente independentes e não há muita diferença entre esse grupo e os BFLA. A idade onde isso ainda pode ser estabelecido é controversa. Alguns dizem até os 7-8 anos, outros até o início da adolescência. Eu, particularmente e baseada em outros estudos desse mesmo livro e fora dela, acredito que esse grupo chegue a nível "similar a nativo" mais vezes que a "nativo" propriamente dito. Normalmente acontece quando a criança imigra muito nova para outro país ou quando frequenta escola em outro idioma que não seja o local.
Já a aquisição tardia de segundo idioma (LSLA) não premia os falantes com tanta fluência e o nível atingido não será nativo e, muito raramente, poderá ser similar a nativo. A árvore cresceria sobre a árvore inicial, sem desenvolver raízes próprias e sem grandes intimidades entre suas partes. Essa pessoa, por mais treinada que seja, sempre terá sotaque, erros de gramática e não entenderá completamente o uso do idioma (será incapaz de entender certas ironias sutis, por exemplo).

Claro que, mesmo que os dois ou mais idiomas sejam apresentados à criança, existem casos "bem sucedidos"de bilinguismo e casos nem tão bem sucedidos assim. Existem crianças que maestram mais de um idioma completamente, crianças que entendem um idioma mas respondem em outro, crianças que não conseguem entender ou pronunciar mais que algumas palavras e crianças que, mesmo vivendo em ambiente bilíngue, são monolíngues.

O que determina isso? existe uma forma de otimizar o ambiente e pular de uma situaçào para outra? existe uma "fórmula de sucesso"?existem crianças mais aptas ou menos aptas a aprenderem um outro idioma ou é o ambiente que influencia isso?

Espero responder a isso, de acordo com o livro, no próximo post pois agora preciso dar um "input" maior de português para os meus pequenos bilíngues (BFLA, estão no primeiro grupo...sorte deles!).

OBS.: "similar a nativo" só pode ser percebido como diferente de "nativo" por pessoas capacitadas em um laboratório de linguística. Logo, na vida prática, nào há diferença perceptível.

5 comentários:

Ana Lucia bisseling disse...

interessantíssimo. To acompanhando aqui viu?
Beijocas

Unknown disse...

Tb gostei!Assim q vc tiver news eu "vorto"!
bj

Nadja Kari disse...

Adoreeeeeeeeeeeiiii!! Adoro aprender línguas, mas infelizmente não me encaixo nos primeiros grupos, tenho uma facilidade grande, mas nunca poderei chegar ao nível próximo ao nativo. Falo bem inglês e agora estou aprendendo holandes, moro em haia há 3 semanas .. e tendo apenas tido contato com a lingua quando cheguei, acho muito bom entender contextos falar algumas frases!!! Acho que to indo bem uahuahuahua Mas ainda nao estou fazendo aulas, que só começam ems etembro :(:(:(

Beijooos

Anônimo disse...

Márcio disse...
Adriana,
boa resenha sobre bilinguismo!

abraços

Márcio

Iany disse...

atualmente estou muito interessada no q se refere ao bilinguismo infantil.Achei o seu resumo extremamente claro e conciso.vc teria alguma outra indicacao de leitura?

Que idioma você fala com seu(s) filho(s)?